Desde que cheguei em Paris, há 2 anos, observo muito a ação dos golpistas e trombadinhas que andam pela cidade. Muitas vezes o assunto é objeto de reportagens na televisão por aqui. É um problema conhecido da polícia, mas que parece não ter solução. Segundo um documentário, a maioria desses pickpockets são de origem estrangeira e ilegais. Mas, sendo muito deles menores de idade, a polícia simplesmente não tem o que fazer, pois a lei veda a extradição – solução fortemente cogitada. Eles acabam sendo presos por um ou dois dias e, depois, estão à solta de novo, agindo nas grandes estações de metrô e nos pontos turísticos mais lotados. Eu não gosto de ficar colocando medo em ninguém. Mas, considerando que neste mês de agosto recebi três relatos em 3 semanas, além de ter visto uma tentativa de roubo de carteira num restaurante na praça do Pompidou, decidi publicar algum conteúdo a respeito aqui.
Relato 1 – Um casal de amigos que passava férias em Paris sofreu 2 “ataques” no decorrer de um mês. O primeiro deles foi dentro de um restaurante próximo a Saint-Michel. O velho golpe do abaixo-assinado. A pessoa chegou pedindo assinatura para um abaixo assinado que alegava ter apoio da ONU, colocou uma pracheta e roubou a carteira que estava sob a mesa. Levaram documentos, cartões e dinheiro. Além da dor de cabeça, passaram uma tarde na delegacia. Outro dia, apenas a mulher do casal andava na região da Conciergerie com sua filha que estava num carrinho de bebê. Foi cercada por um grupo de adolescentes – aproximandamente 5 ou 6, que enfiavam as mãos em seus bolsos, tentaram pegar o celular. Elas também estavam co mas pranchetas de abaixo-assinado. Ela começou a gritar, outras pessoas na rua viram e gritaram também. A polícia apareceu e, num passe de mágicas, o bando sumiu. Desta vez não levaram nada.
Relato 2 – relato literal de uma leitora do blog que preferiu não se identificar
“No meu segundo dia em Paris, eu e minha amiga fomos encontrar minha tia e meu primo na Denfert-Rochereau onde para o onibus Orlybus. Fizemos um tempinho ali na pracinha e depois seguimos para a estação de metrô. Quando o trem chegou, a porta abriu e eu e meu primo entramos primeiro, mas me chamou a atenção um adolescente que ficou parado e não me deu passagem. Eu pus a mala na minha frente e fui entrando e achei aquilo super estranho. Quando a minha amiga e minha tia foram entrar, duas garotas adolescentes, uma delas grávida, ficaram fechando a frente das duas enquanto elas tentavam entrar antes que a porta do trem fechasse. Quando a porta fechou elas conseguiram se desvencilhar das meninas e sentaram. Neste instante apareceu um senhor que veio correndo, gritando, falando alguma coisa em francês que a gente não entendia e apontava para dentro do trem. Esse senhor estava acompanhado de mais duas pessoas. Mas, o trem saiu e a nós ficamos meio assustados porque não entedemos o que o homem falava… Nesse instante minha amiga detectou a bolsa aberta e a falta da carteira. Daí minha amiga apontou para a menina grávida e falou: “Ela roubou minha carteira!!!”. Minha tia num ímpeto olhou para a cara das meninas e falou em português em tom bem energico: “Devolve a carteira dela!!!!”. E para a nossa surpresa ao invés deles devolverem uma carteira, vieram duas! Pois minha tia não se deu conta que elas tinham pego a carteira dela também! Daí o trem chegou na próxima estação, Raspail, e eles desceram na maior cara dura. Minha amiga não se ligou em deixar o dinheiro em espécie que ela levou para a viagem no hotel e eles pegaram 500 Euros da carteira dela. Da carteira da minha tia eles pegaram 50 Euros. Ficamos sem reação, completamente atônitos! Quando chegamos no hotel contamos para a gerente para ver o que podíamos fazer, mas ela disse que não tinha o que fazer. Graças a Deus eles devolveram as carteiras com os doumentos! Senão a dor de cabeça teria sido maior! Daí a gerente nos disse que era para tomarmos cuidado com os PICKPOCKETS! Eles ficam nas estações mais visadas: Denfert-Rochereau, Etoile, Louvre, La Defense, etc. Sempre estão em bandinhos – 1 menino + 2 meninas ou 3 meninas, são romenos e adolescentes, normalmente empurram as pessoas na porta do metrô para a pessoa cair e pegam a bolsa. No domingo eu fui ao Louvre e em todos os pontos do museu tem avisos para tomar cuidado com os pickpockest. Funcionários do museu estão espalhados por todas as salas sempre circulando. Há 10 meses atrás estive no Louvre e não tinha esses avisos! Isso significa que a situação está bem crítica! Dentro de Versailles também tinha aviso para tomar cuidado com os pickpockets. No domingo quando voltávamos para o hotel pelo metrô um casal sentado em nossa frente percebeu também que havia sido roubado. Na quarta antes de vir embora estivemos na estação Denfert-Rochereau pois a gerente nos orientou para irmos até lá comunicar o roubo ao funcionário que fica no guichê. Fomos até lá, eu contei tudo o que aconteceu e ele verificou num caderno de ocorrência que eles tem para ver se tinha algum registro e não tinha nada. Daí ele ligou para uma central e me disse o seguinte: que poderíamos ter ido na Gare de Lyon que é onde fica a polícia que cuida desses casos de roubos pelos pickpockets. Ele nos perguntou também se nós seríamos capazes de reconhecê-los e eu disse que sim. Mas, infelizmente não tínhamos mais tempo para isso….”
Deixo aqui minhas dicas para evitar experiências desagradáveis:
1. Não ande com muito dinheiro. Deixe seu dinheiro no cofre do hotel ou dentro de sua mala trancada com cadeado.
2. Não ande com NADA nos bolsos: nem dinheiro, nem cartão de crédito, nem carteira, nem passaporte.
3. Atenção redobradas em estações movimentadas e, sobretudo, próximo aos pontos turísticos. A polícia de Paris é clara: é nos pontos turísticos que isso acontece e nas estações próximas a eles. A linha 1 do metrô é uma das mais visadas!
4. Carregue mochilas na frente ao andar de metrô ou ônibus.
5. Fique de olho na sua bolsa, especialmente se estiver dentro do metrô.
6. Cuidado quando for olhar mapas ou pesquisar o trem que deve pegar ou a direção que deve seguir. Este momento de “distração” é um prato cheio para os trombadinhas.
7. Fuja dos abaixo-assinados (foto em destaque no post): atravesse a rua e, se chegarem perto de você, não pare em hipótese alguma! Continue a andar e, se for o caso, corra e grite. Nunca vi nenhum abaixo-assinado sério sendo divulgado desta forma. NUNCA!
Se você tem algum relato, por favor, deixe seu comentário aqui ou envie um email para claudia@aviagemcerta.com.br. Não importa se aconteceu em Paris ou outro lugar. Conheça também nosso outro blog Proteja o turista e me ajude a alertar mais e mais pessoas! Se puder divulgar este post, garanto que poderá ajudar muita gente.
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